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retoma suas atividades neste sábado (12/05), no espaço Maumau (Rua Nicarágua, nº. 173, Espinheiro, Recife/PE), com as mestras cozinheiras Priscila Maria Silva Barros e Ivaniceia dos Santos Silva, do Povo Indígena Pankará, com aldeias nas Serras do Arapuá e da Cacaria (municípios de Belém do São Francisco, Carnaubeira da Penha, Itacuruba, Floresta, Petrolândia e Tacaratu).
A dupla de mestras cozinheiras irá preparar pratos tradicionais com ingredientes locais e a xepa da feira de orgânicos das Graças. As receitas não são revelados antes do evento, estimulando a curiosidade do público, que poderá degustar os sabores da cozinha de tradição indígena, conforme os princípios do movimento slow food que defende sociobiodiversidade alimentar e a valorização da agricultura familiar, prezando pela comida de verdade, boa, limpa e justa para todos.
Enquanto as panelas de barro estão no fogo, é possível conferir a exposição fotográfica “A delicadeza dos sabores”, de Luciana Ourique, e a apresentação musical “O som do barro” com Mestre Nado e seu grupo. O evento começa às 13h. A entrada e a degustação gastronômica são gratuitas.
O projeto XepaCult é realizado pela produtora, pesquisadora e cozinheira Mônica Jácome e tem o incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio dos recursos Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).
Na exposição “A delicadeza dos sabores”, a fotógrafa Luciana Ourique apresenta uma série de imagens de gastronomia, mostrando o encanto pelos detalhes e a delicadeza de texturas, cores e formas dos alimentos. A sutileza da luz que enaltece os insumos é o que mais atrai na série de imagens apresentadas.
Durante o evento, a música fica por conta do músico e artesão Mestre Nado, que canta e toca instrumentos artesanais feitos de barro ao lado dos percussionistas Sara e Micael Cordeiro (filhos do mestre) e Fábio Bacalhau. O repertório da apresentação “O Som do Barro” é diversificado com samba-canção, baião, ciranda,coco, valsa e bolero. Mestre Nado ainda conta história sobre sua trajetória como músico, mestre oleiro e artesão.
PROJETO - A proposta XepaCult é estimular o consumo consciente, a partir da valorização do patrimônio gastronômico de comunidades quilombolas e povos indígenas de Pernambuco. Ao cozinhar com ingredientes locais e com a xepa da feira de orgânicos, o projeto traz um alerta sobre a importância da agroecologia e o combate ao desperdício de alimentos. De acordo com Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) um terço de todo alimento produzido no mundo é desperdiçado a cada ano.
A XepaCult teve início em agosto deste ano de 2017. A cada evento, duas mestras cozinheiras quilombolas ou indígenas preparam pratos tradicionais, utilizando ingredientes locais e a xepa da feira de orgânicos. Em 2017, participaram da XepaCult mestras cozinheiras dos Quilombos Onze Negras (Cabo de Santo Agostinho), Engenho Siqueira (Rio Formoso), Conceição das Crioulas (Salgueiro) e dos povos indígenas Pankararu (Tacaratu) e Xukuru (Pesqueira). As próximas edições acontecem nos dias 09 de junho e 14 de julho, correspondentes ao segundo sábado do mês.
Sobre Mônica Jácome
Mestranda em Memória Social e Patrimônio Cultura na UNIRIO (2016-2017) com o projeto “Pratos de Resistência: contribuições ao estudo do patrimônio gastronômico de Pernambuco”. Autora do livro “Cardápio de Histórias – Memórias e Receitas de um grupo de mulheres da Zona da Mata de Pernambuco”. Integrante da 1ª turma de Eco-Gastronomia da Faculdade Arthur de Sá Erp (FASE), de Petrópolis/RJ (2014). Aluna de disciplinas isoladas dos cursos de Chef de Cozinha (2012 – 2013) e de Padaria-Confeitaria (2013 -2014) do Senac-Rio. Integrante da Rede Internacional Slow-Food, desde 2014. Reside e trabalha há mais de 30 anos em Pernambuco, atuando como educadora popular e produtora cultural elaborando, produzindo e coordenando projetos culturais com jovens e mulheres, do meio rural e do meio urbano.
Sobre Luciana Ourique
Jornalista e fotógrafa, Luciana Ourique se especializou em fotografia de gastronomia, trabalho pelo qual tem grande paixão e curiosidade. Colaborou com a Revista Engenho de Gastronomia, Festival Restaurante Week, e fotografa para diversos restaurantes e hotéis. Na área de produção cultural, realiza o Festival de Arte no Parque, exposições e cursos de fotografia. Exerceu a função de Editora de Fotografia no jornal Folha de Pernambuco por 12 anos. Como uma profissional versátil, Luciana trabalhou para diversos jornais e revistas, entre eles Jornal do Commercio, Revistas Brasileiros, IstoÉ e Continente.
Serviço
XepaCult – Mostra de Gastronomia de Tradição pelo Consumo Consciente
Degustação gastronômica, apresentação musical com Mestre Nado e abertura da exposição fotográfica “A delicadeza dos sabores”, de Luciana Ourique.
Quando: 12 de maio (sábado), das 13h às 17h
Onde: Maumau – Rua Nicarágua, 173, Espinheiro, Recife – Pernambuco.
Entrada e degustação gratuitas
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